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Dylanescas

by Joe Silhueta

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1.
Dylanesca 03:14
Minha vez de cantar pra vocês, exponho agora em verso os meus sonhos. Não sei da vida nada demais, sou um pobre rapaz. Fumo cigarros esperando amanhecer, tentando esquecer. Acendo velas na escuridão e você vem pelos ares como atenas: dois pares de sandálias pequenas, pelos ares você vem e na boca traz o sol e é leve como um lençol. Não vai dar, agora não vai dar: não vê você que estou suspenso pelo ar? E há o Dylan e seu refrão que me diz “não não não, o seu lugar não é o chão, você devia respirar melhor. Só nas alturas não estamos sós. Não venceu e não perdeu, ainda resta a esperança quando se dança essa dança que se dança melhor só...”
2.
Para se aproximar das fronteiras do tempo você le jornais; tudo invento. Com estrelas sendo assim o belo fole velho de lá, sim, Afinal pastamos como vênus de milô neandertal. Nos hemisférios sem ninguém: os amores falhos. Por que machucam tanto alguém? Tolo homem fraco. Pousou um corvo sobre mim; não creio que eu esteja louco. Pousou um corvo sobre mim, o mesmo de Edgar Poe, sim, afinal somos o mesmo homem da Cidade Irreal. Não ligue o rádio por favor, deixe-o mudo. O mundo em si é um furor, um ronco profundo. Às vezes penso que ninguém pode dormir nesse estado e às vezes eu penso também o que que é que tem no mundo errado. Afinal há mais de uma guerra: a morte é monumental.
3.
quem me dera ter cacife para engolir os astros ou ao menos girá-los com maior frequência o universo ou coisa parecida é um beco sem saída um mato sem cachorro que não se refaz uma vela acesa um navio sem porto um vazio teimoso que não se satisfaz não há nada atrás desses fogos como gelo não há nada atrás, só o vácuo por inteiro quem me dera ter estrelas grelhadas brilhantes no meu jantar quem me dera tudo isso fosse muito mais que música em compasso lento esses gases loucos no espaço e o vento nos meus passos causaram num instante um canto de orfeu e uma roda viva como num sonho surgiu num outro sonho que não era meu
4.
Fantasmaria 03:16
Não, não há sossego, acabou-se a minha paz. Desde hoje cedo eu farejo nos quintais o cheiro de Maria, que levou minha alegria. Logo eu que sou só um rapaz apaixonado pelos seus segredos. Quando vi já não havia mais – e começaram então os velhos medos. Não, não há saída, o meu caso é ruim. Foi sem despedida que ela disse "é o fim". E assim tão de repente virou frio o que era quente e eu fiquei sem ter nada pra mim além do gosto adormecido de seus beijos. E eu pensei é tão ruim o fim – e começaram então os velhos medos. Maria onde é que estás? Onde escondeu-se, enfim? Devolva os seus encantos para mim! Maria onde é que estás? Sozinho é tão ruim! Eu já fiz de tudo pra mudar a situação, mil subterfúgios pra fugir da solidão. E o tempo no meu quarto me doía como um parto e Maria era uma assombração a percorrer a minha insônia em segredo. E foi assim que eu fiz essa canção pra afugentar aqueles velhos medos. Maria onde é que estás? Onde escondeu-se enfim? Devolva os seus encantos para mim! Maria onde é que estás? Sozinho é tão ruim!
5.
Você vive a reclamar de tudo! Os absurdos fazem parte da vida. Aquela carta recebida inda ontem não deveria abrir tamanha ferida. O espelho do armário rachou; aquela forma que era sua partiu. O telefone está largado no chão e no chão você deita e tudo à sua volta se desfaz. Está na hora de você reagir. O seu orgulho às vezes só te faz mal. Tantos caminhos dão na mesma saída e você insiste num do qual nunca mais sai. O seu sorriso é o disfarce da dor, a sua camisa está suja de frio. No fim da rua há um colchão no chão e no chão você deita e tudo à sua volta se desfaz. Agora entendo a sua raiva do mundo: a gravidade ameaça-lhe a vida. No seu castelo o sonho inacabado vazou qual sangue de imensa ferida. O inverno já chegou de manhã. As suas flores murchas colhem o vazio. Você respira ultrapassada de dor e de dor você deita e tudo à sua volta se desfaz.

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released March 16, 2016

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Joe Silhueta Brasília, Brazil

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